segunda-feira, 30 de junho de 2025

O ergot de Baco

Pois a pitonisa se enganou

Talvez, tivesse estragado, o vinho

Ou tivesse ergot,

Mas, eu sozinho,

talvez adivinho,

Penso, ergo?

Ergo? O que sou?

Serei também aquele que se enganou?

Bom, aquele vinho, cheio de ergot,

Viajando, sem me mexer,

A viajar dentro de meu ser!

Perdido, ergo achar-me-ei

O que eu sei e o que não sei…

Sei também que pouco sei

A filosofia, é, no palco da minha mente,

Tal como a magia para o descrente;

É na verdade impossível de contornar,

É impossível, após ser visto, de descreditar.

Milagre, milagroso,

Ou purgatório e sonho penoso,

Haja na morte tal como na vida,

O que se deixa para trás como matéria perdida,

Nada levamos, nada de todo,

Morro sem saber nada,

Sei, embora isso, que sou parte de um povo,

E na justiça, que vejo pelos pobres implorada,


sexta-feira, 16 de maio de 2025

compostos opostos

 Para cada ira,
há sua mira, 
Mas para cada ódio,
Há seu oposto como amoroso pódio,
Se para a ira há mira,
Por alguém que amor carpira,
Que fosse Aqua Regia para seu ouro,
Ou Sol Para sua Lua,

Se cada floresta de Pan e Medeia,
há como canção e como brincadeira,
Tecida trama, tecida teia,
Há fogo, há madeira,

Em cada fogo há fumo e brasas,
Liquidas pedras feitas de fogo sem fumo,

Para a quente e aquosa serpente,
Que tem o remédio e o veneno,
Em cada qual dente,
E que mata, com subtil movimento sereno,
Há nela o fogo, o fumo, a liquida brasa, e a água aquecida, 
Agua quente no ar húmido e aquecido, vapor que só sem se ver faz sentido

sexta-feira, 2 de maio de 2025

霧から煙へ、煙から霧へ、日陰で、そして稲妻の中で、日陰で夜は静寂に包まれる、そして私は夜を通して煙の中に消えてゆく、そして夜に光が見える

 


霧から煙へ、煙から霧へ、日陰で、そして稲妻の中で、日陰で夜は静寂に包まれる、そして私は夜を通して煙の中に消えてゆく、そして夜に光が見える



o fogo o fumo e o nevoeiro

                  Do fogo ao fumo

Do nevoeiro ao fumo

Do fumo ao nevoeiro

à sombra


E ao relampâgo,

À sombra

Há silêncio na noite

E perco-me em fumo pela noite;

E na noite vejo a luz

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segunda-feira, 28 de abril de 2025

água e madeira

     Depois de me iluminares

Corto a água
carrego madeira


Senta,
Aproveita a madeira
Quebra esse gelo

Corta me com amor,

Em mil e um pedaços

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Haikais amorosos

 minhas lágrimas

Têm gosto de chuva

Também de ti


Nos cheios rios

vejo, espelhado neles,

meus sonhos de nós


No dia, na noite

No nevoeiro vejo,

imagens de ti


Chuvas torrenciais

profetizam-no em mim

o nosso amor


Todas as flores 

Têm o teu aroma

Tu és as flores


Vejo em todas

as flores em rebento

meu amor, por ti


De todas as tuas

cores, prefiro-te, em

luzes perfeitas


as tuas luzes,

na primavera, vejo,

com o coração



Todos os dias,

de sol têm, o teu ser,

Só por tu seres


Teu nome está

escritos... em todos os

grãos de areia



és o meu ouro,

de pele perfeita, és

mais do que ouro


és como a luz,

do melhor sol, do verão

mas, impagável




Renascemos nós

A cada dos outonos

Dentro dos ventos




Cada arvore

simboliza pra mim

reencarnação



A cada folha

eu e tu renascemos

ao ela cair


Cada semente

é pra ti e para mim

algo para cuidar






És a montanha,

mais alta, que se pode

vir a escalar


(Para ti, tu sabes quem)

Ai, Chiça

             Ai maiiiim

Raios que s'tou farto,
Olho para meu retrato,
farto, ele de cabelo farto,

Rio-me do meu passado,
De minha infância completamente apagado,

Sinto-me capaz de tudo,
Até de alguma sabotagem subtil,

Estou capaz de muito,

Esqueci-me de um til,

Algures, sinto-me mudo

Amordaçado, e capaz de me desamordaçar.


Ou de alguém em necessidade e direito espancar.

sábado, 5 de abril de 2025

Peripécias

A dissonância cognitiva levou-me à demência…

 

Nem os mais sábios tudo vêm

A morte acontece, não é poética, a poesia vem depois

 

Todos os livros que abri, abriram-me a mim também.

 

Se não houver nada… agarro-me à liberdade e à justiça

Talvez, depois, apenas me reste o silêncio

 

Rodar os dados da vida, só por arriscar por algo melhor…

É melhor que arriscar à roleta russa, contra fantasmas do passado

 

O medo paralisa… será o medo? Ou o objeto do medo?

O segredo é inefável quando realmente é segredo

 

Se nada dá certo, faz errado.

 

Numa noite de vagabundagem, escrevi, escrevinhei e senti, “estou num labirinto de liberdade, mas não consigo sair”

peripéptico

 

Mata verdade, mata-os!

 

Não fales…. O silencio tudo revela 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Mas... Que... Raio

 Antigamente, 
Quando nos aeroportos ainda havia pássaros, e as cidades cheiravam sempre mal:

Sentei-me, 
Do meu pacote de bolachas eu tirei, meus bolsos pesados, tantas coisas da viagem, reparei que tinha perdido algumas coisas, pelo que fiquei chateado. Ao pegar no pacote de bolachas alguém se sentou a meu lado; uma mulher, a sua beleza era aquém muitas outras, deixava, simplesmente para trás.

A mulher olhava-me de forma cada vez mais suspeita e aparentemente paranoica...

Perto de acabar o pacote de bolachas, ela olha-me com uns olhos que, se pudessem, tinham, ali naquele momento, me mandado para algum sítio feio. Quase que se ouvia gritantemente : VAI PRO CARALHO! Note-se, isto na Hungria. Ofereci-lhe a ultima bolacha. Ela diz que não. 

Ao sair, à distância, olho para trás, e ela tem um pacote igual ao meu, ou não sei onde ela o arranjou...

Penso que ela, tivesse se sentido roubada ali e aqui, mesmo naquele momento, olha-me nos olhos, e me pede desculpa.

terça-feira, 25 de março de 2025

Maquiavelismo(s) (MÁ)

Tenho, de facto,

um prazer, 

de ser

ExtRRRRemamente maquiavélico,

com os meus inimigos,

faço comigo, um pacto

de o continuar sendo

e rio-me deles, quando dizem "somos amigos" 

Sabota-me

 Sabota-me
que nem uma truta,
poiiiis
tentas mas não consegues!
O numero que mais dizes é o dois!
POOOIS!

Segue!... e tu... Logo segues.

Oh... (...)

Meto... a bota... Lá... (bem...(...))
Bem... assim... tal como cá!


weeee!

        A pouca e parca erva, consumida,
sempre com cerimónia, é perfeita, e bela de ser inspirada,
E sabe melhor (a pato até)
pois que ela mesma me é oferecida,
mal enche o buraco do dente,
embora isso, vem de boa gente,
dai que saiba melhor (e fico a limpar as penas do pato)

Até

 

Meu amigo, outro eu,

 Cassiel

o sabiamente sábio

sua poesia é bruttal,

embora isso, tal eu, e ele qual;

ambos mortal.

sábado, 1 de março de 2025

Exausto

Tenho cara, cara de exaustão,
Exaustão clínica, dizem-me em tom de persuasão     

Tenho cara, cara cadavérica,
E um semblante cansado,
Olho um bocado,
de maneira mesmérica,


Ouço tudo o que se passa, até de pássaros, o seu voo 
e tudo o que sou, sou-o,

9 de mim me rodeiam a cada noite, que passo num falso dormir, num mau conforto,
E a cada dia mais me olham, mais vejo, e todo eu absorto,

Férias, clamo, e sinto-me morto.

sábado, 15 de fevereiro de 2025

por um triz

Por um triz,

que não eramos apanhados,

Floresceste e encantaste-me,
 

Bebi da tua essência divina,

E agora, vejo te como página essencial de minha vida,

Ainda gostaria de esperar por ti,

Acho que o que eu, tu, e nosso conjunto eu,


Me pediu para ficar, e tu concordaste,

De ti não desisti,

e tu, foste censurada, 
julgada,

Da tua essência, 
Nossa quintessência,

Amo-te p'ra lá dessa conversa de almofada, p'ra qual não tenho paciência.

E tu... que sentes tu?

O mesmo que eu?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

quem doa recebe(...)

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Cornos(?)

Os cornos, que pensava ter;
Invisíveis de se ver;
Nem sequer os tive, ilusão,

destacamento,

pensamento e encanto,


e recaída na paixão.


Nunca te esqueci de verdade,

estive em negação

O amor que tive,
em mim revive

E agora, agora... sinto simplesmente saudade.

Te amo ainda, e por ti procuro
Que sem ti, nada, nada mesmo, há outro veneno, que como tu me cure e contigo me curo 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Be carefull

Be carefull what you wish for

it might just turn on you     

it may just be the fae's   

trying to score


dont waste your energy 

Like hay...

use the synergy

wish the best and you shall reap

what you sow

so don't ego trip

Don't just sit

act on it

Don't waste neither your latin nor your spit

you be even

you'll be even

you shall should sleep on the issue

Or sometimes wish for a tissue


Wish to be free

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Contemplo

 Contemplo,
olho para dentro

Dentro é... o meu templo

Dentro, dentro, o centro

Lidero, por exemplo

pelo tempo, pela sorte

Que regozijo em meu templo
Vou vivendo, vou sendo

vou escrevendo,

Com tudo, com nada, com a vida,

e com uma moeda, não desperdiçada,

Invertida,

Um futuro, com uma vida,

Jamais inconcebível seja seu futuro,
que jamais por Deuses e Deusas tríplices,
Nenhum desses não ser seu cúmplice,
E nenhum dos S(s)eus inimigos,

Que se revelem perante ela seus reais cúmplices,

Que seja sua fortuna em grande sorte crescente

Que se faça seu favor no ano da serpente

Que venha ao mundo sorridente,

Que só Deus a possa levar quando morrer

Que haja no dia do seu nascimento uma aurora metálica em doces e maravilhosos cinzentos

Que todos os dias, semanas, anos, décadas e milénios, até de depois de sua noite, se celebre seu nascimento, Que se arte a foverecer e ela à arte, Que seus destinos subtilmente se cruzem, que As luzes da Aurora se façam grandes e todas a guerras se capitulem, de uma forma angélica,
pois que sangro desejo ser considerado de família,

Como que um gracioso fantasma invisível, 


Pois que confiança com confiança se paga, e que a tríplice do vosso amor não se estrague, que seja até em sua vida Deíficada, que depois do casamento sangrada continue viva, em vida dignificada, a cada Aurora da melhor saturnina manhã e glorioso domingo de Aurora e sol dourado,, Sua mente seja louvada, a manhã aprazível, seja tratada por Deus com sua inteligência sensível, guiado por cada um dos arcanjos, e que seja convidada em casa de família, que tenha todos os dias os mais belos cabelos e cílias, e não atraia jamais a atenção ignóbil de motivos, que seja ela mesma da mais bela e nobre natureza, que cada sua Lua e Vênus a façam mais bela, que nem a prisão da mente se torne sua cela, que todo o mundo deixe ver o que revela, que nunca se apague de sua alma a vela, que para ela haja todas as certezas necessárias e mais algumas,
Que so Dues, seus amantes, seus pais e as mais sagradas ninfas naturais a vejam nua, e por último idém lhe desejo amor por toda a vida que por infortúnios jamais seja seguida, e que seu ser, sua mesmeza seja difícil de ser esquecida, nem sua beleza, por simples gula perseguida, que jamais seja mesmerizada, nem a troco de nada nem por Nemo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Advice(?)

I do like

to think twice

or even thrice

bout each advice

sometimes even that doesnt suffice

Sometimes you have to put em on ice


domingo, 22 de setembro de 2024

Lua, faz-me companhia

 

Oh, Lua, que estás tão grande acima do horizonte.

Que de tão grande, ou és feita de pensamento,

Ou de cimento.
Oh Lua, que estás, até madrugada que virá, a monte.

Oh Lua, tão artificial.

Feita de cimento e de metal.

Ou de pensamento filosofal.

Que cobres no céu teu lugar e de todas nossas loucuras.

Que estás por nos coberta de superstições,

Que na verdade, fazes parte de todas as imaginações,

Que afetas, de facto, nossas volições,
Que , no horizonte, ou no apogeu, ou no zénite,

Eu te vejo, Lua, em cada efeméride.

E só te vejo, porque vós, Lua, permite,

E, Lua, Vinde,
Vinde a nós, Lua, nos mortais, e vós Lua tão imortal.

Que se fosse possível, serias tu também feita de cimento e metal,
Só para ajudar os negócios do nu macaco, ainda irracional.

Que troca tudo que tem, por algo que jamais terá, de forma insciente.
E tu, Lua, omnisapiente,

Que nos olhas, do topo do céu, com tua cara tão leve, feita de leveza,
Permite-me ver, debaixo de tua luz, no mundo a real beleza.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A ti, Sofia

entre linhas,
paralelas, vizinhas,
conheci teu nome de sabedoria.
Em ti, espero, provocar alquimia.
no teu ser, agora mesmérico,
Porque para o mundo subtil tens sensibilidade,
Ou... talvez a tua aura de poder etérico,
Que eu senti na pele como eletricidade,
Te mascare na guerra e no amor,
O que vier virá e o que for será.
Entre linhas paralelas,
Uma operação que mexe com a mente,
Em que alguém certamente mente,
E tua desenvoltura em estar,
Um adeus e um olá,
Entre tantas belas,
Estavas também tu, ainda mais que elas,

Armada com curiosidade,
Guerra e paz tornam-se pratos do dia,
E eu, luto-as com magia
Do teu lado, sem lá de facto estar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Desdita

 Dizem-me "cara de abençoado"
Só se for pelo diabo
dizem-me "és privilegiado"

Mas quando começo a contar dores, não acabo
Dizem-me "és inteligente"
Talvez demais para não ser indigente.

Dizem-me que escrevo bem
Mas no fim sou um Nemo, ninguém.
Dizem-me que tenho jeito para a escrita

Mas sinto-me indigno, da cena artística, um parasita

Sinto-me ignóbil, parado, amordaçado,

Sinto-me desperdiçado,

Sinto-me, enquanto escrevo, a escrever,
Que sou apenas um escritor a ser.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Remessas secretas

veloz veloz vai minha mente,
E nós, olhando os astros
Que espaceiam o vazio 
no frio do firmamento
 os pérfidos mortais 
 e os espíritos não carnais
 a mente rejeita o corpo,
 e o corpo o espírito

quinta-feira, 18 de julho de 2024

O para-apotecário

Ultimamente, todos os dias penso no para-hipotecário
Não sei, talvez desta vez tenha sido o Rafael, meu vicário
Ainda lá voltarei, A senhora com quem engracei
É das mais belas,
E à volta, todas elas,
Por mais belas, ficam aquém,
Ela é bela como ninguém
À qual cabe o sapato que querem todas as donzelas

sábado, 8 de junho de 2024

Lágrima de mel acre

A lágrima do porto
O sorriso do Cassiel
Sabem ambos a mel
Prazer e fare niente, belo desporto
Confidencias,
Segredos
Eloquências
Sem medos
Apenas boémios degredos
Sentindo-me bêbado
Estranhando os momentos
Mal amados são os dias dos passados
E ... Perdido em sentimentos
Segredo....
A teu ouvido...
O que jamais fora dito, e digo-o
Esperando que ouças sem respostas
Transpondo portas
Faça se entrar,
Pare para pensar
esotheios
Apenas para agir
E sair
Exotheios, faça se sair

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Sou servo da caneta

Escrevo, sou servo dos meus pecados,
A carne é cruel e pecaminosa,
A vida é feia e tu… desdenhosa,
Abraçamo-nos desnudados,
E toda a sintonia
De emoções, de sensações,
De beijos lânguidos e intensos,
De solipsos momentos,
Escritos em pedra, desenhados nas areias,
Que por ti e por este amor que me corre na veias,
Sou servo da caneta e da tinta que destilo, e nos ventos
Que correm espalhando a palavra que te quero dizer;
Amo-te.
E ao encontrar teu ser, tua mesmeza, tua magia,
Sinto no ar teu sabor, e em todos os elementos…
Vejo o teu olhar refletido…
Obscurecido
E lá vou eu entorpecido,
Amando-te para além da palavra existir… só para te ver…
E cair em teus braços, nosso prazer.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

A obscura óbvia

Então dizia-me: tu, não deverias reagir, assim,
A simples música, que te faz chorar, lagrimas carmim
Que por pedaços atrás de o que horas parecem,
Que para ti não era nada, irrisoriamente para mim,
Mas foram segundos, que outrora todos desconhecem

Todos os minutos de vácuo,
Em todos os sorrisos, que pareciam fogo fátuo,
Numa mistura de segredos, e incógnitas, e medos
Numa descoberta da serpente que nasce da terra,
Todos os pecados, todos os enredos,
De todas as histórias de serpente e uma serra,

As mensagens vêm de cima, de todos os futuros,
ELE bebe ambrosia e come da humanidade, em vinho,
Seus esforços e Seus frutos maduros,
ELE que continua nos nossos futuros duros,
ELE que maquina os nossos destinos, sozinho,

A música, que nos faz dançar, a mim, a ti a Deus e ao diabo,
Esta música que em minha dança e ritmo, sozinho começo e sozinho acabo!

Na peregrinação da vida, que me empurra pelas veias a poesia,
E no espírito que, sozinho vai e volta, à fonte da magia,
Onde talvez ninguém me encontre, a não ser os do outro lado,
Que fazem de seu tempo de sonho uma contra corrente,
Sítios que cada memória é partilhada
Apenas com os que costumam estar presente, e lembrar nada
Um sítio onde o inverosímil é o normal, e a realidade é o que é consciente,

Onde horas, passavam minutos, e minutos seriam segundos,
E cada lua, apesar de uma, seria dois diferentes mundos,
Em que cada demónio e Deus, Tudo se transmutasse,
Rolando à volta de si mesmo, no que chamamos espaço tempo,
Sendo gravidade e o momentum,






E então eu dizia-lhe, posso reagir assim,
Posso, claro, reagir assim, sim,
E tu que choras lágrimas falsas,
E tu uma das mais traiçoeiras comparças

terça-feira, 28 de maio de 2024

Manifesto of the black flag of white truths

You wouldn't steal a car
DAMN, i'd download one if i could
even though maybe should
I'd cover it in tarr
just to piss of the envyous
I'd fill the air with gaseous prose
that kills everybody's roses
Ashes to ashes,
dinossaurs to jungles of fire
our thirst for desire

is what makes or breaks us



we will burn wholes forests just for matches
and nobody will care... because
All we care is about what money buys and does


Information is freedom
knowledge is gold
whoever says cash is king
lives not in cash's kingdom
lives instead, with their soul sold
And will kill just for a ring

segunda-feira, 18 de março de 2024

Livros já publicados

https://www.wook.pt/autor/cassiel-porto/3703591 ^^ || 2 primeiros livros https://www.amazon.co.uk/void-vacations-citys-adventures-Vacations/dp/B0CYBG8FGF?source=ps-sl-shoppingads-lpcontext&ref_=fplfs&psc=1&smid=A3P5ROKL5A1OLE ^^ || terceiro livro

sexta-feira, 1 de março de 2024

Asas

 Penas de anjo vendem se como pães quentes

Como pães para crentes

Que, moralmente falando, não têm dentes


Vendem se a preço de ouro

Ou as de demónio a troco de casacos de couro


E asas de demónio, escuras como breu 


As minhas são de céu


De meia noite, são silenciosas negras e escuras


E os que as vêem sofrem de males sem curas


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

5 haikai à dama dos olhos jade

 Olhos de jade

Cor de oceano

Doce amargo


Timidamente

Provocadoramnte

Nos completamos


Tão grande frio

Mas no fim acabamos

Suando amor


Perplexo ainda

Te procuro não vendo

Na primavera


Vendaval quente

Que nos empurra para

Nos fazer juntar 

domingo, 7 de janeiro de 2024

Madrugada

 Sinto-me só

e o tempo canta, solene em voz de pranto,

Estou só, sozinho, não fossem outros os meus vizinhos,


O sol nasce, e canta o vento, nas fragatas dos dias emancipados,

Que da lua nasceu a madrugada, e o sol nasceu de enfiada,


E vivo, crente em mim, e em pouco mais,


O resto que faço é tão vazio quanto as campas dos meus avós,

Tendo apenas ossos fugazes da putrefação,

Que traz de sua morte as minhas memórias.


Que na minha vida figuram como actores, ou melhor, figuravam,


E nos dias quentes o mar canta,

E nas noites frias todas as estrelas lá de cima me olham,

A madrugada mais escura do meu ser,

Vem de noite, e faço ainda tudo para ver se desta vez,

É ela que me vem a esquecer

A:M

 I feel bewitched,
as though my very soul, besieged,


I feel taken abroad,

from myself,

from myself,

from myself,


Take what's truly me,

and show it unto me,


I want to know myself,

evey, smallest, deepest,

INCH OF MYSELF!


I am not a fraud,


I want to know my deepest,
Scariest,

Shadows, and fears,

I want to, in one blow, kill them all,

Or to drown them in tears,


I want to kill myself,

Only to be reborn, 


Once, and then again,

Times again, and again,

I want to be reborn, unshackled,

Free, not slave, and perpetuated 

Into the deepest, eternal reaches of God,
So that you'll all read me, and be awed. 

Debaixo do manto da lua

 Debaixo da lua,

Num manto,

A lua, nua,

Canto alto, um tanto quanto...


Bêbada, que se esconde, mas dança.


E quando o sol alcança...

O próprio horizonte,

A lua escapa, 
Fica a monte,

Neste nosso monte,

A lua, debaixo duma capa,


Continua a brilhar

O momento cadente

 Há, na batida, cadente, interminável, sincopada, batida

Uma magia, uma música esquecida,

Que, em contra tempo, marca o momento,

Cadenciando,

Recomeçando,

A acabar,

E pára, a meu mando,

Desvelando o manto,

E eu… caio, em pranto,

 

As dores, voltam,

As vozes matam,

As alucinações escoltam,

A surrealidade que montam.

Ningué~m~

 

Ninguém consegue encontrar amor, except tu,

Ninguém será capaz de apaziguar esta dor, excepto tu

Ninguém será capaz de viver contigo, excepto tu

 

A dor que escapa de mim pela respiração,

E adentro de mim volta a entrar, pelo chão,

É de indelével tinta, de eterna e imortal,

Tinta, inapagável, dolorosa tatuagem, em minha pele,

É mais que negra, mais que vazia, vem a cada mutação selene.

 

A vida vai e volta, os ciclos são não mais que infinitos,

Não menos que infinitos,

Eternos,

Repetidos,

E meus olhos, sinceros,

E meu coração despedaçado, feitos, eles também de pedaços,

Apenas sinto dor, outros sentimentos são escassos,

E os momentos do passado, meros…

Dolorosos, mas meros passados.

E nosso destinos descruzados.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Espectrologia

 Eu durmo de dia

Virado de cabeça para baixo, no sono

Perdido na minha ideia, do que o mundo seria

E meus cadernos, só eles, de secrecia

E minhas canetas, meu trono


Vôo já de madrugada

Os dias não me dizem nada

E vejo a sociedade sangrar

Como um poeta que não sabe rimar


O que escrevo, imortal

Neste mundo de surrralidade irreal

As opiniões dividem-se... Será?

Como eu, tal como com todos, ninguém há


Fotografo espectros e sombra

E na madrugada sou poeta

Louco, asceta

No sono e no surreal incerto sonho

O disco a girar o ponho

E a girar ele vai

Enquanto o pano cai

O gato, no qual me revejo

Por sangue, sedento, partilhando o meu ensejo

E a porta que por mais que me escondas

Todas as noites a transponho

O gira discos, a girar, lá vai

E então a cortina cai!...

Ainda, apesar, aliás, Ainda...

Ainda, sim, ainda me sinto esquecido, 
Atarantado, mesmerizado, em memórias sem sentido,

Perdido... Perdido,

O vazio deixado para trás,
no passado que esqueço enquanto se desfaz,

Grita e olha-me de volta para os buracos nos meus olhos tristes


Então, quando te vejo e lembro de como sorriste,

Fico absorto, perdido,
Semi-morto, semi-esquecido,
Tentando lembrar

Esquecendo-me de respirar,

Lembrando-me de fumar

As minhas sombras, dançantes,

Talvez se lembrem como era dantes,

As minhas palavras, cantadas,

Guardam na memória, como fotografias nao reveladas,

Os sorrisos, pasmados, mas contentes,


As noites frias, mas quentes,

Tudo isso me leva de volta a ti!

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

I sing

 

I see your lips in the morning sun

I see your eyes among the clouds,

Even though i can’t find you I run
every time i think about you, I feel less proud,

 

I set myself ablaze, in the starry night

I wish I could lay upon you again, my sight,

 

I see your lips in the shade of the sea
I see your lips in the flowers and leaves of life,

I see your lips in the petals of the rose,
And still, my love for you grows,

And between us, not a single knife

Can cut the tie, of a red dye
A link made of string,

And so this song I sing.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A noite infinita

 A noite infinita





Quando olhei teus olhos,

Fui invadido por uma lua

Uma noite infinita,


Houve no meio um uivo de lobo

Que ecoa nos teus azuis olhos,

Houve um tintilar, ao som do vento

Uma canção, que não se ouvia,


Fui invadido por todo um universo,

No negro de teus azuis olhos,

Que se misturava com as cores da aurora,

E das mais belas safira,


Nunca, por nunca ser,

Saberia depois de morrer,

Se não te encontrasse,

Que tom de azul é esse,

No qual vejo rios, lagrimas,

Desafios e, inspirado por ti,

Muitas páginas,

De algo que não sei como desisti,


E depois de te ver,

Dormi durante semanas,

Sonhei com todas as personagens pessoanas

Tudo tentando te esquecer

Por um amor que não deveria ser,


E hoje os meus olhos farão o inverso,

Morderão a tua alma nua

Por um amor de uma manhã esquisita,


Se tu és agua, eu sou fogo,

Que não para, mas com consciência, sentimento,

Que já não sabe porque antes ardia,




O dia de amanhã preso no momento do agora,

Presos no grito que a nossa alma carpira,

Porque a tua água, meu fogo não extinguira,


A dança sem música

 Há no tempo, encantamento de momento e de dança

Há na vida o morrer e o ser,

Há no mundo um rodar que a idade alcança

Que viver sem dançar é como morrer sem viver,


Há na música sem passado,

O tempo e os ritmos,

Há o presente, num algoritmo

Sem querer saber se é escutado


Há na música sem sons que todos escutam

Um coração em contratempo e sem fim

Na música contra a qual todos lutam

Sem nunca ganhar, um pouco de mim


Há na dança que é vida

Mais mascaras que pessoas vivas

Há aqueles que não sabem mas são como ferida,


Há também amantes, paixões, convivas,

Há uma memória do futuro perdida,

Mas a musica não será esquecida.


As mortes da vida insinuosa

Há perdido nas brumas,

O silêncio pelo qual esperas,
Que só vem quando fumas,
e que me lembra quem tu eras,

Ha no fumo do silêncio, calado,

Um ser ainda perdido, hipnotizado,

Um ser mesmerizado,

e talvez bebâdo, e um pouco apaixonado,

 

Ha na musica que se sente e vê

alguém que ao a ver não crê

Alguém que sem amor nem simpatia,

Não abre mão de sua magia,

 

 

E agora, eu fumo, faço...

do meu cansaço...

remédio para as dores que passo,

e para os meus olhos, cansados, um laço

 

E nas noites frias e chuvosas,

Há perdido entre luzes nebulosas,

Um ser que vagueia nos passeios, gritando filosofias raivosas,

Um ser que, estranho, escreve sem poesias, nem prosas,

as dores da alma, as dores da emoção,

e leva na manga o seu coração,

entre linhas paralelas, mas tortuosas,

a vida, a morte, as vidas que ele leva, e as mortes sinuosas, 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

 Hoje, perdi um amigo,
E não sei, não sei, se consigo,

escrever sobre isto, sobre a perda,

Algo em mim que ele levou,
A voz dele ainda no passado presente cantou,



quinta-feira, 14 de setembro de 2023

domingo, 30 de julho de 2023

Under a black flag

The fires, within me, set me ablaze

And betwixt flames and shadows, there is haze

There is smoke and light

And the moon, tonight

Shines ever so bright



Between the horizon and the sea

there's a silver line

That all it does, all it will ever do, is to shine


And the things that cannot be

Are like the mirage, that takes drunken sailors ashore

Craving for more, 

They drink and smile, stealing the brits' tea

Selling it for doublons and rum

And then, between them, like brothers, divide the sum



sábado, 29 de julho de 2023

Teu , meu , nosso amor

 A noite cai

A lua, por detrás das nuvens sai

Mas, se o sol, doce, dourado sol

Não amanhã nascesse

E, se Deus à minha prece não atendesse...


Nas dualidades da vida, morte, luz... Escuridão

Não houvesse espaço para perdão,

Se mesmo no centro da multidão

Eu, apesar de acompanhado, sentisse a mais bela solidão,

Mesmo contigo apertada contra meu peito, sentindo teu coração,

Prevalecesse o sentimento de mútua paixão

Teus olhos enternecidos

Nossos abraços lânguidos

Agarraria tua mão...

Chamar-te-ia de perfeita, olhando tua imperfeição


segunda-feira, 3 de julho de 2023

The being of not

 I'm pretty good at being a fake

I'm cheaper than ez bake

I'm allways empty no matter what I make

I'll allways follow your wake

But not even you from this slumber can help me wake

Just another breath of air I take

God has forgotten me yet still i forsake

Not sure whether I'll live or break

And in the days I'm just a specter

A mirage
And in the nights i wish I'd be not again never


Again, a mirage

Like pipe dreams, 
Reality is so not what it seems!

tu cá, eu aqui, nós afastados

 Teus olhos, ainda, me metem medo

Alguém sem saber, não saberia sequer que há entre nos segredo


Alguém saberia que não há,

talvez nem aqui, nem lá!

Não houvesse nada, 

A não ser uma mão fechada,

uma memória plantada,

Onde nada é o que é

Onde eu ainda me perco em sonhos sem fé

Numa memória sem aqui nem ali, apenas um indistinto cá!

O reencontro

 Todos os olhos perdem as cores,

então num mar plácido e calmo, onde me situo,

Este aroma ao qual me habituo,

E então, perdido de amores,

Reencontro a cor das tuas janelas, abertas mostrando a alma nua


e eu, abraço-te, dou-te um beijo na testa,

E agarro-me ao que de ti me resta


Minha alma ao lado da tua, 

Idem, nua.

cruzes, credo, canhoto, destro, demonolatria, diabo, deus

 Carrego comigo, 

mais um amontoado de dores,

as duas caras de cada amigo,

perdem as cores,


Carrego comigo,

mais um amontoado de dissabores,

Carrego comigo,

mais cruzes que pecadores,

vivem, sendo de si próprios inimigo


Carrego comigo,

as tuas cruzes, as tuas aventuras,

as tuas maleitas, as tuas loucuras,

E comigo também todas as curas,

E ainda depois, talvez ainda seja teu amigo

sábado, 10 de junho de 2023

O agarra

 O fumo subia,

Dançava e por ele a dentro ia

Consumia

Ele consumia-se

Pedras brancas e a sua consciência … ia-se

 

Ele fumava, solene

Ele fumava ironicamente,

Ele fumava, pedras brancas,

Ele fumava, inconscientemente

Ele fumava, e a mim doíam-me as ancas

Ele fumava, com umas calças creme

Sujas, e moribundo, ele fumava, aquilo que o próprio drogado teme,

E sua mão, enquanto fuma, treme,

E ele fica … vai ficando.

E fuma, vai fumando,


Despede-se e fica na plataforma, mas no seu espirito já se foi embora.

terça-feira, 23 de maio de 2023

Mi(nhas)!

E a vida segue

E persegue, 

E prossegue...


E tu ainda aqui estás

E tu o futuro ditarás

E eu não sei o que traz

o próximo minuto, hora segundo

E nao encontro o teu perfume neste mundo


E haver um segredo

Que não se partilha

Mas cuja memória brilha

No meio de sombras, destemido e sem medo


Na mais profunda floresta

Onde de sol há apenas um fresta

Onde a circunferência de deus tem sua aresta

Há o nosso acordo não falado

Sobre um obscuro passado

Ré(s)!

 E dói-me em espaços

O quão sozinho me encontro no meio de tantos

E quão são escassos

E vejo nos cantos

Sombras de pessoas e gatos

E as corujas do mato

mas, perdido, e sem tato

Reencontro-me vagueando em recantos

Em prantos

Acolhido em luz de velas

O meu coração só conhece celas


Deambulo pelos crepúsculos

E vejo-me alheio

Encosto ao peito

Que a morte aceito

Que na verdade a morte fala a meu desrespeito

E não me leva para lá do Estige

Mas sim, a lembrar a tua esfinge


Na vida me procuro

Nas sombras brilho

Perco-me suspenso no atilho

E na noite me curo


Por desculpas que não se tecem

Por encontros que não acontecem

Por vidas que outros não conhecem

dó(!)r

 Doem-me os cornos
E eu que nem sabia que era corno

Dói-me a vida, a alma, o corpo,

Depois de morrer oxalá fosse morto


Então absorto

Encontro-me morto

E vejo que sou nada

E ousada

Que eras

Roubando-me sonhos acordados

E eu que esquecia-os, roubado

Do que se tinha passado

e eu que esqueço os passados

Desejo morrer e ficar no solo plantado


E hoje esqueço

Amanhã sonho

Depois morro

Com um sorriso medonho


Para que tu não esqueças

Nao me reconheças


Para que eu durma

Às mais estranhas horas

Num mundo sem agoras,

Só depois(es), mas todos sabem

Eu bem sei

Que tu sabes, o que eu não lembro

E que nao sei, não me lembro


Mas tudo está no passado

Num agora despedaçado

Num presente inacabado

Num dia, em semanas, num bom bocado

sexta-feira, 19 de maio de 2023

vi-te atrás das sombras

 Grita para dentro de mim

Leva até ao mudo êxtase de criação

Empurra-me para alem do abismo sem fim

Mas grita. Grita para dentro de mim

 

Provoca-me com o teu perfume

Enquanto eu te deixo em baixo lume

E fumo, depois vem o queixume

 

Dói-me que tenhas desaparecido

Mas em mim ainda te tenho, mas num reflexo partido

E tu fazes de mim esquecido

Mas na verdade sinto-me consumido

 

Usado, atraiçoado

Mesmerizado e calado

terça-feira, 9 de maio de 2023

O apotecário

 Fumo, sem saber, mas fumo

e em espectros os meus sonhos se erguem

E a vida que levam na minha mente, para além de viva...

É também o que me leva...

Sinto que deste mundo, resumo,

O que não me convém, mas gosto de fumar com e sem conviva,

E a morfina, que me leva à treva...

Às alucinações que me pedem, e impedem...

Que ame a realidade, daí que dela fuja, 

Então amo esta poesia

Que é, em si mesma, a sua magia,

Mas que a mim...  me distingue da coruja!

segunda-feira, 8 de maio de 2023

O rio de chamas

 Onde o rio pega fogo

Onde viver passa a ser jogo
O vilão ganha com o logro
De Deus Diabo é o sogro


Viver apenas para morrer,

espero que nunca me venham a esquecer
Na morte futura
Que, sem cura,
Deixa de viver
Para em mim existir

Sem que eu tenha que o pedir

Jogo de sentir os cosmos a viver

 A lua cede ao sol, o céu e o caminho

Partilham umas horas nas alturas

E o eremita sozinho

É o mestre dos rituais e emoções puras

Que enquanto alma já conhece a morte
e também conhece o caronte

Que pede a ele próprio que a transporte
Ao monte mais invulgar
Acaba de acordar
E faz do seu caminho ao mais invulgar monte

Estás dormindo por entre ciprestes sempre verdes

Não estás morto pois que estás na mais invulgar colina

No meio de arvores e neblina
Não me deixem morrer sem ser em cima da mais invulgar colina

O céu cadente

O céu cadente

Do sol poente

Faz-me sentir indiferente


A lua que voa alta

E a pessoa que me faz falta

Fazem de mim doido, lunático, indigente

Sempre me senti diferente

Das pessoas e desta gente


E o sol que teima em arder

E o mar salgado que sempre vou ser

São os meus abrigos

Enquanto coisas sem sentidos

Enquanto meus amigos

domingo, 7 de maio de 2023

Mãe quem a tem...

 Quem tem mãe tem tudo

Quando se perde o mundo vira mudo


Quem a perde, perde-se  

Quem a perde... desenmerde-se


Vivo debaixo da asa

Sorte em ter minha mãe em casa


Ela deu-me ao mundo

Criou-me com amor profundo


Em breve saio a voar

Enquanto livre pássaro a assobiar

Cara mãe, sempre contigo no coração

Dedico-te este poema e to entrego em mão

domingo, 9 de abril de 2023

1,2,3,4, repete, sine fine

 

A cadência interminável do momento

Em que a névoa do julgamento

e o abismo do silêncio e esquecimento

Perde a surreal presença

O momento é como que água profunda

Ou areia movediça que afunda


Olhando o horizonte vê-se no longe

atrás da luz e sombra um monge

que na descrença morre e renasce

Numa vida levada à pressa

Seu corpo cheio de alma desfaz-se


A harmonia some colapsada

À distância rui agigantada

E de demónios que foi e anjos que se torna

E morrem na praia ao verem o horizonte

Nasce a lua que retorna

e enfeitiça o monte

Ophiussa sorri de noite em que o mocho canta

A serpente descansa e o poeta seus males espanta


O gato listrado caça

O diabo novo pão amassa.

domingo, 5 de março de 2023


 


Na serra, ainda os espíritos fazem guerra

Na serra a lua faz o rito que em si mesma encerra

Na serra a água que sangra da terra

Volta ao mar, perdendo-se em lágrimas felizes

O sol não acredita no que dizes,

E a religião que de si mesma se perde

Não sabe do que foi, e do que ela ainda se ergue


sábado, 11 de fevereiro de 2023

nocturnus vitae

 Viver sem amarras

Poder mostrar as garras
Colher frutos e com a semente
Plantar novamente e eternamente

Viver solto e liberto
Viver feliz e desperto
Ver de longe e de perto
E descobrir o que não foi descoberto

Alcançar mais além
Viver sem ficar aquém
Viajar sem destino
Controlar nosso destino

Partir á descoberta
Viver sempre alerta
Viver sem medos
E não contar segredos

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Vivendus moriandus est

 O meu destino é escrito a sangue, carvão e runas e anjos e fadas

Que é surpresa escondida e magoada

Ao caber toda uma única na vida

Que se sente distraída

Ao almejar a sorte

Distraindo a morte

Ao dar lugar à vida

Ao escrever a entrada e saída

E por vezes a entrada de uma vida

Outros a reencarnação de vida vivida vividamente

E em sinais que me pagam 

Amores e desamores que me matam

O coração desamarram

Centauro assustado

 Sagrada fala profanada

Sem sabor a nada

Sem sabor a quem brada

Levanta a madrugada

De sangue na camisa desabotoada


Longe na distância

Sente se ânsia


Perto no fôlego de pessoa

Vê se quem não a nada soa

Mas perto já demais

Há quem morra sem país nem pais


Encantado por si mesmo

Vê seu reflexo como cisne

Para aprendiz nada vale

Leve seu mal

E se torne aventesmo 

Que dê tudo prescinde



Morto na algibeira

Perdido na asa dianteira

Encontrado numa louceira

Perdido em pasmaceira


Aborrecido porque nem tudo se salva

Lava o cu com água de malva

Esquecido nunca , ele vivalma

Nadador em água plácida e calma


Amante de futuros risonhos

Encontrado sempre sem sonhos


Vive sonhando e sonha vivendo

Engana-se não se perdendo

Ama não quem não merece

Perdoa sempre quem merece


Olhos para descobrir e um para ver

Olhos são muitos, mais que três em meu ser

Perdendo minha mesmeza

Torno me dono de minha natureza

Alcançando nela a beleza

ReGanhando sapiência como fortaleza

Hoje honro o ontem e o amanhã

E a fruta que se mantém sã

Maçã de manhã

E de noite azeitona

Sempre de minha persona

Algures mortos pesquisam a zona

E outros por pouco ficam à tona

De si mesmos já morrendo de vontade

Outros ainda de valor pós vida

Que vivem vida

Sem perturbar outra vida


O Grito do Vazio

Todas as pedras da calçada desejam secamente o meu sangue

Todos os pequenos cantos aguçados imploram que eu neles bata com a cabeça

Todos os lances de escada anseiam pela minha queda

Todos os precipícios sem fundo gritam em voz vigorosa pedindo que me afogue

Agora eu, cansado, irremediavelmente cansado

Fumo este cigarro que me mata

E também ele me deseja a morte

Todas as noites bato com a cabeça na secura da insónia

Todos os dias desejo dormir e esquecer

Quando acordo desejo não o ter feito 

Acordar é para mim sacrifício e sacrilégio

Tudo o que sonho vejo desaparecido e desencontrado

Deambulo sonâmbulo descrevendo círculos de dor

Apregoou o meu azar e a minha falta de ar

Perco me em divagações sem sentido algum

O que me dói não sei talvez seja o nada talvez seja tudo

Sinto me vazio no entanto cheio de dor

O que me completa foge de mim e atraiçoa me

Desconto mas atraso a cada dia a minha sentença de morte

Tudo grita impassível e alto em voz de sufoco

A dor que me consome manifesta se em tudo

Todas as vozes

Todas as imagens e todos os sons

Nas sensações

E nas dores que se distinguem em nuances de sofrimento e angústia 

Pauso e sofro por momentos para esquecer que sofro e recuperar fôlego

Acolho a introspecção e nela me afundo

Momentos depois não sei distinguir o sonho da realidade da ficção

E acordo acordado durante o dia com suores e delírios

Até às pequenas alegrias servem apenas para afagar os sofrimentos que me consomem

As chatices que me assombram são imensas 

E as saudades idem e além

Construo ideias de morte sem deixar que elas de mim se apoderem 

Mas amanhã, sim, amanhã talvez seja o dia

Mas depois... Nunca é esse amanhã e as dores amontoam

E os cegos que vissem e os mocos que falassem pois amanhã nunca chega e hoje nunca muda

Todos os dias elaboro uma escapatória mas ela nunca chega

Não vejo luz quanto menos túnel

As alturas olham para mim tentando me

A lágrima que me escorre pelo olho pede para ser a última

Mas amanhã mais virão

Penso que um dia terá um fim

Mas esse dia nunca chega

E agora em meio de lágrimas salgadas clamo e imploro á janela que me deixe cair

E ao chão que me deixe morrer

Cada vez mais a janela me parece bela

E o chão uma sumidade

Todas as invejas dos outros serão castigadas

A inveja envenena o coração e mata por dentro

Como um rato de esgoto que se alimenta de ratoeiras


domingo, 3 de maio de 2015

O sonho ( parte 2)

Escrevo sonhando
Espírito-me voando
Os sonhos são como um mar
E obrigatórios quanto respirar
Ondulam docemente
Bruxeleiam de forma demente
E eu... sonho e fujo
Num penhasco de loucura
Me elevo e rujo
E então me perco no sonho
Perco-me na realidade que é como um sonho
E não sei se existe sonhando
Ou se sonho vivendo

sábado, 18 de abril de 2015

O sonho (parte 1)

Há sonhos
Sonhos que ondulam docemente e belos
Sonhos que viajam dentro de mim
Sonhos que ondulam sem fim nem elos

Lentamente no seu fim
Volto a ser eu e alma
Sonho lucidamente e desapegado da realidade
Mas essa teima em voltar
Acordo com calma
Ainda no sonho a pensar
E com vontade de lá voltar


domingo, 5 de abril de 2015

O mundo

Não me tragam ciência
Pois que vivo da eloquência
Inconsciência será pensar
Que este mundo é teu para dar
Ninguém mo dá, dará ou deu
Mas ele é irrevogavelmente meu

terça-feira, 31 de março de 2015

O pergaminho

Corro por linhas ansiosas 
De cabelo desgrenhado
Com todo meu ser enfastiado
Olho raivosamente tua face
E espero que este amor passe

Corro ansiosamente por linhas raivosas
E sinto-me perdido
Encontrado em linhas paralelas
(sem sentido)
Em paisagens belas

Escrevo neste pergaminho
Minha sina e minha vergonha
Minha vida medonha
E meu ser sozinho

Resplandecente de lágrimas
Escrevo sem páginas

quinta-feira, 26 de março de 2015

Running from yourself

Back where you are i am not
To say the least i bring forth
The star of the north
And belzebub himself
And the yeast from the stars
Lika cats under cars
You're running from yourself
You look to the east
But there's nothing there
But the horizon of here
And you look like a beast
As you look to the west
Thump your chest
You're part of parts of the past
And i sail forth holding the mast
I look to the south
And i still feel salt in my mouth

sábado, 21 de março de 2015

O divino dividido e a arte não sentida

Há neste mundo uma estranha sublevação
Aspídes preparam suas cuspídes e atacam
Há neste mundo uma estranha crença na população
As vidas caem no ópio e não se levantarão

Pessoas crêem em algo divino
Mas seu deus é um mentiroso suíno
Há neste mundo um deus em cada céu 
Pessoas não o olham do topo do seu chapéu

Há neste mundo uma estranha mudez
As pessoas perdem o espírito e a mesmeza
Não falam das disfémicas verdades
Perdem-se em ilusões de realidades

Cada falsa realidade é um dogma
A sua veracidade eles rogam

Há em cada música um mudo falando
Escuta-o o surdo não lembrando 
Que seus destinos são criados por si

Bruxeleiam perante mim notas absurdas
Notas que fazem de si mesmas surdas
Não são escutadas nem sentidas
A arte perdeu o sentido de si

As pessoas falam mas não sentem os sons
As pessoas pintam mas não escutam os tons




quarta-feira, 18 de março de 2015

Um sentimento sem palavras

Tão indistintamente me olhas
Tão certamente me vês
E se te sentes então sente-me
E a vida que te sinta

A roleta russa

Jogar à roleta russa com a vida
Jogar por jogar e sem querer saber
Jogar por jogar e sem querer saber....
Jogar à roleta russa não faz nenhuma ferida.

Jogar à roleta russa com a mente bem despida
Jogar por jogar e sem saber porque
Jogar por jogar sem querer saber porque
Jogar à roleta russa com alma bem vestida.

Jogar à roleta russa sem medo de sentir
Jogar à roleta russa sem medo de nada
Jogar à roleta russa sem querer saber de nada
Jogar à roleta russa sem medo de não sentir.

Jogar com vida presa no gatilho
Jogar com a vida.
Jogar.

segunda-feira, 16 de março de 2015

O caronte e o rico

Tu até podes tentar a sorte
Mas eu não sou a morte
E a tua alma ainda não merece transporte

Eu sou o Caronte deste rio
O barqueiro do Estio
Levarei a tua alma nesta barca
Vinda da tua vida que dirás parca

Mas ouve-me agora
Isto que te digo em boa hora
Esta verdade que te digo com toda a seriedade
Aqui não vale nem ouro nem prata
Tens de trazer daquilo que agora te mata
Um sorriso e uma lágrima
Para virares a página
Escreveres um novo capitulo
Mas não estás sozinho
Terás sempre um discípulo
E as dores que trazes da vida (?)
Ocultarei eu com vestes essa ferida



domingo, 15 de março de 2015

a verdade

Por todas as pessoas que existem existe em contrapartida uma verdade
Por todas as seriedades que se escondem nos olhos há uma pequena verdade
Por todos os olhos falsos que existem há uma maior falsidade

Teus olhos são verdadeiros e tua alma perfeita
Olho-te agora com a alma refeita
E penso
Penso...
Como pode alguém ser tão belo
Mesmo com um sorriso amarelo 

Como pode ser que tu sejas tão bela 
E no entanto imperfeita?

Não procuro a perfeição 
Procuro sim a verdade 
Verdade essa que encontro em ti
Verdade escondida quando tu sorris


segunda-feira, 9 de março de 2015

O acordar

Acordo por entre olhos de estranhos
E a divagar me ponho a andar
Lentamente (oh tão... tão lentamente)
Quando algo me toca
Leve (oh ... tão levemente)
Faz de minha alma roca
E suspira no meu respirar
E diz-me ao ouvido
Se quando partires desta 'pa melhor
E deixares o mundo
No teu ultimo
Suspiro
Profundo
'Pra todos um sitio melhor
A tua alma será maior
E esse empréstimo
Que chamas de corpo 
Terá um sorriso mesmo ja morto

quarta-feira, 4 de março de 2015

O injustiçado



Acordei... não sabia onde estava mas a escuridão que me toldava o olhar não me deixava ver o que fosse. Sondei o meu redor à procura de algo… o que descobri era que eu estava deitado em cimento e o tecto, a dois centímetros da minha cabeça, era também ele de cimento. Havia alguma coisa a faiscar à distância. Aproximei-me. Algo me dizia que era a minha culpa que eu estava naquele sitio mas não me lembrava de um passado nem presente nem distante qualquer, era como se ali tivesse nascido. Rolei para os lados a tentar escapar mas havia alguma coisa ao meu lado viscosa. Era um morto … quem, não sabia. As faíscas começaram a iluminar-me o caminho que quanto mais avançava mais estreito se tornava. A vida como eu a conhecia era estranha e soturna a única lembrança que possuía era um sorriso mal escondido na cara de um desconhecido e esse sorriso agora acompanhava-me. As faíscas iluminaram o tecto e pude ler em letras mal escrevinhadas “justiça foi feita”. Então que teria eu feito para morrer num lugar daqueles? A justiça não pode ser unilateral mas tem de ser consensual o que para mim é obvio para outros nem é justificável. Apenas os injustiçados conhecem o verdadeiro poder da justiça e também a sua inevitabilidade.

O meu eu que não sou eu

Eu sou uma pessoa
Nervosa por natureza
Eu e meus assíndetos, aliterações, assonâncias (…)
Eu sou ateu
E escrevo deus em vez de Deus
Porque tanto como se me como se me deu!
Erros ortográficos meus
Criam-nos os meus eus
Que são tantos e tão variados
Que hoje escrevo à Mário Zambujal
… e tal..
E quiçá amanha

Escreva uma escrita que divaga inerte e vaga

O pássaro azul

Cassiel Porto era um homem de larga idade, levava uma triste e solitária vida. Sua casa era pequena, pouco mobilada e solitária. Ele levava a vida na esperança da reforma pois tinha 64 anos embora não o aparentasse por causa de seus olhos tristes e rugas vincadíssimas.
Então chegara mais um dia naquela sua enfastiante vida mas ele acordara com um pássaro cantando dentro de seu quarto. – Mas que raio?
Afugentou o seu pássaro, pois que ele o tornara seu dono, mas ele se recusou a partir. Pousou sob seu ombro e cantou a seu ouvido uma melancolia soturna, uma ode à vida e à morte, uma antítese paradoxal. – Mas que raio?
Então como se nada fosse continuou seu dia mas sempre com o incómodo de seu pássaro que apesar de não gostar se tornava habituado. Aquele incómodo era bastante peculiar e atraia a atenção dos transeuntes que na rua indiscretamente olhavam, alguns riam outros comentavam mas a nenhum escapara aquele pormenor. O pássaro cantava agora feliz abanando as asas, esbracejando diriam alguns, mas a sua melodia tornara-se ainda mais sinistra. Cassiel quase que juraria que o pássaro falava em alguma língua cantada que ainda não havia sido inventada. O vento que se fazia sentir não abalava o pássaro que cantava feliz uma sinfonia sinistra que começava aos ouvidos de Cassiel a zumbir. Apesar de haver mil e um pássaros iguais a este que voavam livres pela rua ele não desistia de seu novo poiso quente e confortável e o seu canto belo mas infeliz fazia-se notar tanto que os moradores daquela rua abriam as janelas e olhavam com espanto e admiração à procura da origem daquela triste melodia.

Depois de uma curta viagem chegou ao seu trabalho mas o seu pássaro não fugia apesar da situação claustrofóbica em que se encontrava. O vagão de piloto de uma carruagem de metro abarrotada de controlos e maquinarias.

Todo o seu dia havia sido cantado por um pássaro que não havia desejado a liberdade mas sim infernizar ainda mais o inferno vivo de um mortal que não o desejava.

Então durante a noite quando ele caíra na inactividade do sono profundo sonhou que o pássaro, aquele belíssimo rouxinol azul, era o fantasma de sua querida Inês que desaparecera de sua vida no dia em haviam ido à ópera ver uma sinistra ópera à qual ele tinha ido vestida de azul e após a qual ela se negara a viver mais com o seu amante.

Foi durante essa mesma noite que o pássaro fugiu mas não sem antes lhe segredar ao ouvido: eu amo-te. Ele acordou sobressaltado pois se apercebera da veracidade de seu sonho e tentou irremediavelmente apanhar o seu pássaro que lhe fugiu por entre os dedos e foi rua fora cantando desta vez uma melodia de amor incompreendido.

De manhã acordou e chorou sem razão a perda de seu incómodo. Levou todo o dia no absorto pensamento de sua amada Inês. As suas saudades voltaram agora que já a havia esquecido, trazidas por aquela nobre ave canora que cantava uma melodia de tristeza e má sorte.

terça-feira, 3 de março de 2015

a alma

  a alma

                                                               Dissipa-se minha alma
                                                            enquanto escrevo neste papel
                                                     tudo em minha volta se desmaterializa
                                          a alma, que e só uma, perde-se no tamanho de um papel
                                                                a poesia que escrevo 
                                                             não pensando mas sentindo
                                                            é alma demais para o papel  
                                                    lanço-lhe fogo e ela desvirtualiza-se
                                                     lá vai... desaparecendo minha alma
                                                          por entre labaredas furiosas

                                                              é assim que um papel 
                                                                    é na verdade
                                                                        alma
                                                                    de um ser
                                                                 que lá vai sendo
                                                        de uma alma que vai penando
                                                               algo que se sente
                  mas nao se vê                         

A inutilidade

                  Inutilidade

A Luz e o Fumo
Encobre-se a Luz, sumo
Continuo a fumar
A minha alma regozija
O cigarro é da minha alma a cornija
E continuo a fumar.

Enquanto o Fumo se me escapa
Filosofo profundamente
Uso e abuso da minha mente
Sendo o Fumo minha capa.
A Filosofia meu chapéu
E as mágoas o que me permite olhar o céu.

Que não me venham com ciências,
Pois que o Mundo é de ironias e eloquências.
Mas a Filosofia já se não usa
E da ciência se abusadamente abusa.

Toda esta sociedade me enoja
E toda ela dificilmente despoja
Do ódio, desprezo e estupidez.
O Mundo é governado por insensatez.

Que se matem os que o destroem,
Que se saúdem os que idealizam;
Que se ajudem os que constroem,

Que se desprezem os que dele abusam.