terça-feira, 23 de maio de 2023

Ré(s)!

 E dói-me em espaços

O quão sozinho me encontro no meio de tantos

E quão são escassos

E vejo nos cantos

Sombras de pessoas e gatos

E as corujas do mato

mas, perdido, e sem tato

Reencontro-me vagueando em recantos

Em prantos

Acolhido em luz de velas

O meu coração só conhece celas


Deambulo pelos crepúsculos

E vejo-me alheio

Encosto ao peito

Que a morte aceito

Que na verdade a morte fala a meu desrespeito

E não me leva para lá do Estige

Mas sim, a lembrar a tua esfinge


Na vida me procuro

Nas sombras brilho

Perco-me suspenso no atilho

E na noite me curo


Por desculpas que não se tecem

Por encontros que não acontecem

Por vidas que outros não conhecem

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