terça-feira, 23 de maio de 2023

dó(!)r

 Doem-me os cornos
E eu que nem sabia que era corno

Dói-me a vida, a alma, o corpo,

Depois de morrer oxalá fosse morto


Então absorto

Encontro-me morto

E vejo que sou nada

E ousada

Que eras

Roubando-me sonhos acordados

E eu que esquecia-os, roubado

Do que se tinha passado

e eu que esqueço os passados

Desejo morrer e ficar no solo plantado


E hoje esqueço

Amanhã sonho

Depois morro

Com um sorriso medonho


Para que tu não esqueças

Nao me reconheças


Para que eu durma

Às mais estranhas horas

Num mundo sem agoras,

Só depois(es), mas todos sabem

Eu bem sei

Que tu sabes, o que eu não lembro

E que nao sei, não me lembro


Mas tudo está no passado

Num agora despedaçado

Num presente inacabado

Num dia, em semanas, num bom bocado

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