domingo, 7 de janeiro de 2024

Madrugada

 Sinto-me só

e o tempo canta, solene em voz de pranto,

Estou só, sozinho, não fossem outros os meus vizinhos,


O sol nasce, e canta o vento, nas fragatas dos dias emancipados,

Que da lua nasceu a madrugada, e o sol nasceu de enfiada,


E vivo, crente em mim, e em pouco mais,


O resto que faço é tão vazio quanto as campas dos meus avós,

Tendo apenas ossos fugazes da putrefação,

Que traz de sua morte as minhas memórias.


Que na minha vida figuram como actores, ou melhor, figuravam,


E nos dias quentes o mar canta,

E nas noites frias todas as estrelas lá de cima me olham,

A madrugada mais escura do meu ser,

Vem de noite, e faço ainda tudo para ver se desta vez,

É ela que me vem a esquecer

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