sábado, 6 de janeiro de 2024

Espectrologia

 Eu durmo de dia

Virado de cabeça para baixo, no sono

Perdido na minha ideia, do que o mundo seria

E meus cadernos, só eles, de secrecia

E minhas canetas, meu trono


Vôo já de madrugada

Os dias não me dizem nada

E vejo a sociedade sangrar

Como um poeta que não sabe rimar


O que escrevo, imortal

Neste mundo de surrralidade irreal

As opiniões dividem-se... Será?

Como eu, tal como com todos, ninguém há


Fotografo espectros e sombra

E na madrugada sou poeta

Louco, asceta

No sono e no surreal incerto sonho

O disco a girar o ponho

E a girar ele vai

Enquanto o pano cai

O gato, no qual me revejo

Por sangue, sedento, partilhando o meu ensejo

E a porta que por mais que me escondas

Todas as noites a transponho

O gira discos, a girar, lá vai

E então a cortina cai!...

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