domingo, 9 de abril de 2023

1,2,3,4, repete, sine fine

 

A cadência interminável do momento

Em que a névoa do julgamento

e o abismo do silêncio e esquecimento

Perde a surreal presença

O momento é como que água profunda

Ou areia movediça que afunda


Olhando o horizonte vê-se no longe

atrás da luz e sombra um monge

que na descrença morre e renasce

Numa vida levada à pressa

Seu corpo cheio de alma desfaz-se


A harmonia some colapsada

À distância rui agigantada

E de demónios que foi e anjos que se torna

E morrem na praia ao verem o horizonte

Nasce a lua que retorna

e enfeitiça o monte

Ophiussa sorri de noite em que o mocho canta

A serpente descansa e o poeta seus males espanta


O gato listrado caça

O diabo novo pão amassa.

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