A cadência interminável do momento
Em que a névoa do julgamento
e o abismo do silêncio e esquecimento
Perde a surreal presença
O momento é como que água profunda
Ou areia movediça que afunda
Olhando o horizonte vê-se no longe
atrás da luz e sombra um monge
que na descrença morre e renasce
Numa vida levada à pressa
Seu corpo cheio de alma desfaz-se
A harmonia some colapsada
À distância rui agigantada
E de demónios que foi e anjos que se torna
E morrem na praia ao verem o horizonte
Nasce a lua que retorna
e enfeitiça o monte
Ophiussa sorri de noite em que o mocho canta
A serpente descansa e o poeta seus males espanta
O gato listrado caça
O diabo novo pão amassa.
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