Sagrada fala profanada
Sem sabor a nada
Sem sabor a quem brada
Levanta a madrugada
De sangue na camisa desabotoada
Longe na distância
Sente se ânsia
Perto no fôlego de pessoa
Vê se quem não a nada soa
Mas perto já demais
Há quem morra sem país nem pais
Encantado por si mesmo
Vê seu reflexo como cisne
Para aprendiz nada vale
Leve seu mal
E se torne aventesmo
Que dê tudo prescinde
Morto na algibeira
Perdido na asa dianteira
Encontrado numa louceira
Perdido em pasmaceira
Aborrecido porque nem tudo se salva
Lava o cu com água de malva
Esquecido nunca , ele vivalma
Nadador em água plácida e calma
Amante de futuros risonhos
Encontrado sempre sem sonhos
Vive sonhando e sonha vivendo
Engana-se não se perdendo
Ama não quem não merece
Perdoa sempre quem merece
Olhos para descobrir e um para ver
Olhos são muitos, mais que três em meu ser
Perdendo minha mesmeza
Torno me dono de minha natureza
Alcançando nela a beleza
ReGanhando sapiência como fortaleza
Hoje honro o ontem e o amanhã
E a fruta que se mantém sã
Maçã de manhã
E de noite azeitona
Sempre de minha persona
Algures mortos pesquisam a zona
E outros por pouco ficam à tona
De si mesmos já morrendo de vontade
Outros ainda de valor pós vida
Que vivem vida
Sem perturbar outra vida
Sem comentários:
Enviar um comentário