sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Centauro assustado

 Sagrada fala profanada

Sem sabor a nada

Sem sabor a quem brada

Levanta a madrugada

De sangue na camisa desabotoada


Longe na distância

Sente se ânsia


Perto no fôlego de pessoa

Vê se quem não a nada soa

Mas perto já demais

Há quem morra sem país nem pais


Encantado por si mesmo

Vê seu reflexo como cisne

Para aprendiz nada vale

Leve seu mal

E se torne aventesmo 

Que dê tudo prescinde



Morto na algibeira

Perdido na asa dianteira

Encontrado numa louceira

Perdido em pasmaceira


Aborrecido porque nem tudo se salva

Lava o cu com água de malva

Esquecido nunca , ele vivalma

Nadador em água plácida e calma


Amante de futuros risonhos

Encontrado sempre sem sonhos


Vive sonhando e sonha vivendo

Engana-se não se perdendo

Ama não quem não merece

Perdoa sempre quem merece


Olhos para descobrir e um para ver

Olhos são muitos, mais que três em meu ser

Perdendo minha mesmeza

Torno me dono de minha natureza

Alcançando nela a beleza

ReGanhando sapiência como fortaleza

Hoje honro o ontem e o amanhã

E a fruta que se mantém sã

Maçã de manhã

E de noite azeitona

Sempre de minha persona

Algures mortos pesquisam a zona

E outros por pouco ficam à tona

De si mesmos já morrendo de vontade

Outros ainda de valor pós vida

Que vivem vida

Sem perturbar outra vida


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