domingo, 22 de setembro de 2024

Lua, faz-me companhia

 

Oh, Lua, que estás tão grande acima do horizonte.

Que de tão grande, ou és feita de pensamento,

Ou de cimento.
Oh Lua, que estás, até madrugada que virá, a monte.

Oh Lua, tão artificial.

Feita de cimento e de metal.

Ou de pensamento filosofal.

Que cobres no céu teu lugar e de todas nossas loucuras.

Que estás por nos coberta de superstições,

Que na verdade, fazes parte de todas as imaginações,

Que afetas, de facto, nossas volições,
Que , no horizonte, ou no apogeu, ou no zénite,

Eu te vejo, Lua, em cada efeméride.

E só te vejo, porque vós, Lua, permite,

E, Lua, Vinde,
Vinde a nós, Lua, nos mortais, e vós Lua tão imortal.

Que se fosse possível, serias tu também feita de cimento e metal,
Só para ajudar os negócios do nu macaco, ainda irracional.

Que troca tudo que tem, por algo que jamais terá, de forma insciente.
E tu, Lua, omnisapiente,

Que nos olhas, do topo do céu, com tua cara tão leve, feita de leveza,
Permite-me ver, debaixo de tua luz, no mundo a real beleza.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A ti, Sofia

entre linhas,
paralelas, vizinhas,
conheci teu nome de sabedoria.
Em ti, espero, provocar alquimia.
no teu ser, agora mesmérico,
Porque para o mundo subtil tens sensibilidade,
Ou... talvez a tua aura de poder etérico,
Que eu senti na pele como eletricidade,
Te mascare na guerra e no amor,
O que vier virá e o que for será.
Entre linhas paralelas,
Uma operação que mexe com a mente,
Em que alguém certamente mente,
E tua desenvoltura em estar,
Um adeus e um olá,
Entre tantas belas,
Estavas também tu, ainda mais que elas,

Armada com curiosidade,
Guerra e paz tornam-se pratos do dia,
E eu, luto-as com magia
Do teu lado, sem lá de facto estar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Desdita

 Dizem-me "cara de abençoado"
Só se for pelo diabo
dizem-me "és privilegiado"

Mas quando começo a contar dores, não acabo
Dizem-me "és inteligente"
Talvez demais para não ser indigente.

Dizem-me que escrevo bem
Mas no fim sou um Nemo, ninguém.
Dizem-me que tenho jeito para a escrita

Mas sinto-me indigno, da cena artística, um parasita

Sinto-me ignóbil, parado, amordaçado,

Sinto-me desperdiçado,

Sinto-me, enquanto escrevo, a escrever,
Que sou apenas um escritor a ser.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Remessas secretas

veloz veloz vai minha mente,
E nós, olhando os astros
Que espaceiam o vazio 
no frio do firmamento
 os pérfidos mortais 
 e os espíritos não carnais
 a mente rejeita o corpo,
 e o corpo o espírito

quinta-feira, 18 de julho de 2024

O para-apotecário

Ultimamente, todos os dias penso no para-hipotecário
Não sei, talvez desta vez tenha sido o Rafael, meu vicário
Ainda lá voltarei, A senhora com quem engracei
É das mais belas,
E à volta, todas elas,
Por mais belas, ficam aquém,
Ela é bela como ninguém
À qual cabe o sapato que querem todas as donzelas

sábado, 8 de junho de 2024

Lágrima de mel acre

A lágrima do porto
O sorriso do Cassiel
Sabem ambos a mel
Prazer e fare niente, belo desporto
Confidencias,
Segredos
Eloquências
Sem medos
Apenas boémios degredos
Sentindo-me bêbado
Estranhando os momentos
Mal amados são os dias dos passados
E ... Perdido em sentimentos
Segredo....
A teu ouvido...
O que jamais fora dito, e digo-o
Esperando que ouças sem respostas
Transpondo portas
Faça se entrar,
Pare para pensar
esotheios
Apenas para agir
E sair
Exotheios, faça se sair

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Sou servo da caneta

Escrevo, sou servo dos meus pecados,
A carne é cruel e pecaminosa,
A vida é feia e tu… desdenhosa,
Abraçamo-nos desnudados,
E toda a sintonia
De emoções, de sensações,
De beijos lânguidos e intensos,
De solipsos momentos,
Escritos em pedra, desenhados nas areias,
Que por ti e por este amor que me corre na veias,
Sou servo da caneta e da tinta que destilo, e nos ventos
Que correm espalhando a palavra que te quero dizer;
Amo-te.
E ao encontrar teu ser, tua mesmeza, tua magia,
Sinto no ar teu sabor, e em todos os elementos…
Vejo o teu olhar refletido…
Obscurecido
E lá vou eu entorpecido,
Amando-te para além da palavra existir… só para te ver…
E cair em teus braços, nosso prazer.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

A obscura óbvia

Então dizia-me: tu, não deverias reagir, assim,
A simples música, que te faz chorar, lagrimas carmim
Que por pedaços atrás de o que horas parecem,
Que para ti não era nada, irrisoriamente para mim,
Mas foram segundos, que outrora todos desconhecem

Todos os minutos de vácuo,
Em todos os sorrisos, que pareciam fogo fátuo,
Numa mistura de segredos, e incógnitas, e medos
Numa descoberta da serpente que nasce da terra,
Todos os pecados, todos os enredos,
De todas as histórias de serpente e uma serra,

As mensagens vêm de cima, de todos os futuros,
ELE bebe ambrosia e come da humanidade, em vinho,
Seus esforços e Seus frutos maduros,
ELE que continua nos nossos futuros duros,
ELE que maquina os nossos destinos, sozinho,

A música, que nos faz dançar, a mim, a ti a Deus e ao diabo,
Esta música que em minha dança e ritmo, sozinho começo e sozinho acabo!

Na peregrinação da vida, que me empurra pelas veias a poesia,
E no espírito que, sozinho vai e volta, à fonte da magia,
Onde talvez ninguém me encontre, a não ser os do outro lado,
Que fazem de seu tempo de sonho uma contra corrente,
Sítios que cada memória é partilhada
Apenas com os que costumam estar presente, e lembrar nada
Um sítio onde o inverosímil é o normal, e a realidade é o que é consciente,

Onde horas, passavam minutos, e minutos seriam segundos,
E cada lua, apesar de uma, seria dois diferentes mundos,
Em que cada demónio e Deus, Tudo se transmutasse,
Rolando à volta de si mesmo, no que chamamos espaço tempo,
Sendo gravidade e o momentum,






E então eu dizia-lhe, posso reagir assim,
Posso, claro, reagir assim, sim,
E tu que choras lágrimas falsas,
E tu uma das mais traiçoeiras comparças

terça-feira, 28 de maio de 2024

Manifesto of the black flag of white truths

You wouldn't steal a car
DAMN, i'd download one if i could
even though maybe should
I'd cover it in tarr
just to piss of the envyous
I'd fill the air with gaseous prose
that kills everybody's roses
Ashes to ashes,
dinossaurs to jungles of fire
our thirst for desire

is what makes or breaks us



we will burn wholes forests just for matches
and nobody will care... because
All we care is about what money buys and does


Information is freedom
knowledge is gold
whoever says cash is king
lives not in cash's kingdom
lives instead, with their soul sold
And will kill just for a ring

segunda-feira, 18 de março de 2024

Livros já publicados

https://www.wook.pt/autor/cassiel-porto/3703591 ^^ || 2 primeiros livros https://www.amazon.co.uk/void-vacations-citys-adventures-Vacations/dp/B0CYBG8FGF?source=ps-sl-shoppingads-lpcontext&ref_=fplfs&psc=1&smid=A3P5ROKL5A1OLE ^^ || terceiro livro

sexta-feira, 1 de março de 2024

Asas

 Penas de anjo vendem se como pães quentes

Como pães para crentes

Que, moralmente falando, não têm dentes


Vendem se a preço de ouro

Ou as de demónio a troco de casacos de couro


E asas de demónio, escuras como breu 


As minhas são de céu


De meia noite, são silenciosas negras e escuras


E os que as vêem sofrem de males sem curas


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

5 haikai à dama dos olhos jade

 Olhos de jade

Cor de oceano

Doce amargo


Timidamente

Provocadoramnte

Nos completamos


Tão grande frio

Mas no fim acabamos

Suando amor


Perplexo ainda

Te procuro não vendo

Na primavera


Vendaval quente

Que nos empurra para

Nos fazer juntar 

domingo, 7 de janeiro de 2024

Madrugada

 Sinto-me só

e o tempo canta, solene em voz de pranto,

Estou só, sozinho, não fossem outros os meus vizinhos,


O sol nasce, e canta o vento, nas fragatas dos dias emancipados,

Que da lua nasceu a madrugada, e o sol nasceu de enfiada,


E vivo, crente em mim, e em pouco mais,


O resto que faço é tão vazio quanto as campas dos meus avós,

Tendo apenas ossos fugazes da putrefação,

Que traz de sua morte as minhas memórias.


Que na minha vida figuram como actores, ou melhor, figuravam,


E nos dias quentes o mar canta,

E nas noites frias todas as estrelas lá de cima me olham,

A madrugada mais escura do meu ser,

Vem de noite, e faço ainda tudo para ver se desta vez,

É ela que me vem a esquecer

A:M

 I feel bewitched,
as though my very soul, besieged,


I feel taken abroad,

from myself,

from myself,

from myself,


Take what's truly me,

and show it unto me,


I want to know myself,

evey, smallest, deepest,

INCH OF MYSELF!


I am not a fraud,


I want to know my deepest,
Scariest,

Shadows, and fears,

I want to, in one blow, kill them all,

Or to drown them in tears,


I want to kill myself,

Only to be reborn, 


Once, and then again,

Times again, and again,

I want to be reborn, unshackled,

Free, not slave, and perpetuated 

Into the deepest, eternal reaches of God,
So that you'll all read me, and be awed. 

Debaixo do manto da lua

 Debaixo da lua,

Num manto,

A lua, nua,

Canto alto, um tanto quanto...


Bêbada, que se esconde, mas dança.


E quando o sol alcança...

O próprio horizonte,

A lua escapa, 
Fica a monte,

Neste nosso monte,

A lua, debaixo duma capa,


Continua a brilhar

O momento cadente

 Há, na batida, cadente, interminável, sincopada, batida

Uma magia, uma música esquecida,

Que, em contra tempo, marca o momento,

Cadenciando,

Recomeçando,

A acabar,

E pára, a meu mando,

Desvelando o manto,

E eu… caio, em pranto,

 

As dores, voltam,

As vozes matam,

As alucinações escoltam,

A surrealidade que montam.

Ningué~m~

 

Ninguém consegue encontrar amor, except tu,

Ninguém será capaz de apaziguar esta dor, excepto tu

Ninguém será capaz de viver contigo, excepto tu

 

A dor que escapa de mim pela respiração,

E adentro de mim volta a entrar, pelo chão,

É de indelével tinta, de eterna e imortal,

Tinta, inapagável, dolorosa tatuagem, em minha pele,

É mais que negra, mais que vazia, vem a cada mutação selene.

 

A vida vai e volta, os ciclos são não mais que infinitos,

Não menos que infinitos,

Eternos,

Repetidos,

E meus olhos, sinceros,

E meu coração despedaçado, feitos, eles também de pedaços,

Apenas sinto dor, outros sentimentos são escassos,

E os momentos do passado, meros…

Dolorosos, mas meros passados.

E nosso destinos descruzados.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Espectrologia

 Eu durmo de dia

Virado de cabeça para baixo, no sono

Perdido na minha ideia, do que o mundo seria

E meus cadernos, só eles, de secrecia

E minhas canetas, meu trono


Vôo já de madrugada

Os dias não me dizem nada

E vejo a sociedade sangrar

Como um poeta que não sabe rimar


O que escrevo, imortal

Neste mundo de surrralidade irreal

As opiniões dividem-se... Será?

Como eu, tal como com todos, ninguém há


Fotografo espectros e sombra

E na madrugada sou poeta

Louco, asceta

No sono e no surreal incerto sonho

O disco a girar o ponho

E a girar ele vai

Enquanto o pano cai

O gato, no qual me revejo

Por sangue, sedento, partilhando o meu ensejo

E a porta que por mais que me escondas

Todas as noites a transponho

O gira discos, a girar, lá vai

E então a cortina cai!...

Ainda, apesar, aliás, Ainda...

Ainda, sim, ainda me sinto esquecido, 
Atarantado, mesmerizado, em memórias sem sentido,

Perdido... Perdido,

O vazio deixado para trás,
no passado que esqueço enquanto se desfaz,

Grita e olha-me de volta para os buracos nos meus olhos tristes


Então, quando te vejo e lembro de como sorriste,

Fico absorto, perdido,
Semi-morto, semi-esquecido,
Tentando lembrar

Esquecendo-me de respirar,

Lembrando-me de fumar

As minhas sombras, dançantes,

Talvez se lembrem como era dantes,

As minhas palavras, cantadas,

Guardam na memória, como fotografias nao reveladas,

Os sorrisos, pasmados, mas contentes,


As noites frias, mas quentes,

Tudo isso me leva de volta a ti!