segunda-feira, 28 de abril de 2025

água e madeira

     Depois de me iluminares

Corto a água
carrego madeira


Senta,
Aproveita a madeira
Quebra esse gelo

Corta me com amor,

Em mil e um pedaços

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Haikais amorosos

 minhas lágrimas

Têm gosto de chuva

Também de ti


Nos cheios rios

vejo, espelhado neles,

meus sonhos de nós


No dia, na noite

No nevoeiro vejo,

imagens de ti


Chuvas torrenciais

profetizam-no em mim

o nosso amor


Todas as flores 

Têm o teu aroma

Tu és as flores


Vejo em todas

as flores em rebento

meu amor, por ti


De todas as tuas

cores, prefiro-te, em

luzes perfeitas


as tuas luzes,

na primavera, vejo,

com o coração



Todos os dias,

de sol têm, o teu ser,

Só por tu seres


Teu nome está

escritos... em todos os

grãos de areia



és o meu ouro,

de pele perfeita, és

mais do que ouro


és como a luz,

do melhor sol, do verão

mas, impagável




Renascemos nós

A cada dos outonos

Dentro dos ventos




Cada arvore

simboliza pra mim

reencarnação



A cada folha

eu e tu renascemos

ao ela cair


Cada semente

é pra ti e para mim

algo para cuidar






És a montanha,

mais alta, que se pode

vir a escalar


(Para ti, tu sabes quem)

Ai, Chiça

             Ai maiiiim

Raios que s'tou farto,
Olho para meu retrato,
farto, ele de cabelo farto,

Rio-me do meu passado,
De minha infância completamente apagado,

Sinto-me capaz de tudo,
Até de alguma sabotagem subtil,

Estou capaz de muito,

Esqueci-me de um til,

Algures, sinto-me mudo

Amordaçado, e capaz de me desamordaçar.


Ou de alguém em necessidade e direito espancar.

sábado, 5 de abril de 2025

Peripécias

A dissonância cognitiva levou-me à demência…

 

Nem os mais sábios tudo vêm

A morte acontece, não é poética, a poesia vem depois

 

Todos os livros que abri, abriram-me a mim também.

 

Se não houver nada… agarro-me à liberdade e à justiça

Talvez, depois, apenas me reste o silêncio

 

Rodar os dados da vida, só por arriscar por algo melhor…

É melhor que arriscar à roleta russa, contra fantasmas do passado

 

O medo paralisa… será o medo? Ou o objeto do medo?

O segredo é inefável quando realmente é segredo

 

Se nada dá certo, faz errado.

 

Numa noite de vagabundagem, escrevi, escrevinhei e senti, “estou num labirinto de liberdade, mas não consigo sair”

peripéptico

 

Mata verdade, mata-os!

 

Não fales…. O silencio tudo revela 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Mas... Que... Raio

 Antigamente, 
Quando nos aeroportos ainda havia pássaros, e as cidades cheiravam sempre mal:

Sentei-me, 
Do meu pacote de bolachas eu tirei, meus bolsos pesados, tantas coisas da viagem, reparei que tinha perdido algumas coisas, pelo que fiquei chateado. Ao pegar no pacote de bolachas alguém se sentou a meu lado; uma mulher, a sua beleza era aquém muitas outras, deixava, simplesmente para trás.

A mulher olhava-me de forma cada vez mais suspeita e aparentemente paranoica...

Perto de acabar o pacote de bolachas, ela olha-me com uns olhos que, se pudessem, tinham, ali naquele momento, me mandado para algum sítio feio. Quase que se ouvia gritantemente : VAI PRO CARALHO! Note-se, isto na Hungria. Ofereci-lhe a ultima bolacha. Ela diz que não. 

Ao sair, à distância, olho para trás, e ela tem um pacote igual ao meu, ou não sei onde ela o arranjou...

Penso que ela, tivesse se sentido roubada ali e aqui, mesmo naquele momento, olha-me nos olhos, e me pede desculpa.