Oh, Lua, que estás tão grande acima do horizonte.
Que de tão grande, ou és feita de pensamento,
Ou de cimento.
Oh Lua, que estás, até madrugada que virá, a monte.
Oh Lua, tão artificial.
Feita de cimento e de metal.
Ou de pensamento filosofal.
Que cobres no céu teu lugar e de todas nossas loucuras.
Que estás por nos coberta de superstições,
Que na verdade, fazes parte de todas as imaginações,
Que afetas, de facto, nossas volições,
Que , no horizonte, ou no apogeu, ou no zénite,
Eu te vejo, Lua, em cada efeméride.
E só te vejo, porque vós, Lua, permite,
E, Lua, Vinde,
Vinde a nós, Lua, nos mortais, e vós Lua tão imortal.
Que se fosse possível, serias tu também feita de cimento e
metal,
Só para ajudar os negócios do nu macaco, ainda irracional.
Que troca tudo que tem, por algo que jamais terá, de forma
insciente.
E tu, Lua, omnisapiente,
Que nos olhas, do topo do céu, com tua cara tão leve, feita
de leveza,
Permite-me ver, debaixo de tua luz, no mundo a real beleza.